A Pequena Casa da Brincadeira Perdida
Este poema é de uma fase inicial da mitologia em que as crianças dos Homens ainda podiam ir a Valinor nos seus sonhos e os elfos ainda eram fadas pequeninas. Podem encotnrar este poema no 1º volume da série HoME: The Lost Tales I.
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A Pequena Casa da Brincadeira Perdida
Mar Vanwa Tyaliéva
Nós conhecemos essa terra outrora, Tu e Eu,
e outrora lá vagueamos
nos longos dias há muito passados,
uma criança morena e uma branca.
Foi nos caminhos do pensamento à luz do fogo
num Inverno frio e branco,
ou no azul sedoso das horas do entardecer
em pequenas camas cedo aconchegadas
nas noites sonolentas do Verão,
que tu e eu no Sono caímos
para nos encontrarmos ali,
o teu escuro cabelo na tua branca camisa de noite
e o meu tão belamente entrançado?
Nós andámos timidamente de mão em mão,
pequenas pegadas na areia dourada,
e reunimos pérolas e conchas em baldes,
enquanto à nossa volta os rouxinóis
cantavam nas árvores.
Nós escavámos prata com as nossas espadas,
e apanhámos o brilho dos mares,
então corremos pela praia para verdes clareiras,
e encontrámos a amena e sinuosa estrada
que agora não mais podemos encontrar,
entre as altas árvores murmurantes.
O ar não era nem noite nem dia,
um eterno crepúsculo de luz cintilante,
quando ali brilhou ao aparecer
a Pequena Casa da Brincadeira.
Nova parecia, no entanto, muito velha,
branca, o telhado com palhas de ouro,
e perfurada com janelas vigilantes
que olhavam o mar;
e os nossos próprios jardins de criança
estavam ali: as nossas próprias não-me-esqueças,
margaridas, agriões e mostardeiras,
e rabanetes para o chá.
Ali todas as fronteiras, aparadas com sebes,
estavam cheias com as flores favoritas, com flox,
com tremoceiros, cravos, e malva rosa,
debaixo de um espinheiro vermelho;
e todos os jardins estavam cheios de gente
que a sua própria pequena língua falava,
mas não a Ti e a Mim.
Pois alguns tinham regadores de prata
e regavam todos os seus vestidos,
ou molhavam-se uns aos outros; alguns faziam planos
para construir as suas casas, pequenas cidades
e habitações nas árvores.
E alguns trepavam o telhado;
alguns cantavam sozinhos ao longe;
alguns dançavam à volta de anéis de fadas
todos com grinaldas de margaridas,
enquanto outros sobre os joelhos,
diante de um pequeno rei vestido de branco
coroado com cravos, cantavam
as canções de antigamente.
Mas, lado a lado, um pequeno par
com cabeças juntas, cabelo emaranhado,
andava para a frente e para trás
ainda de mão em mão; e o que eles disseram,
antes do Acordar muito longe os separar,
isso só nós agora sabemos.
Este poema foi traduzido por Aegnor