Borondir

Os Éothéod - mais tarde os Rohirrim - eram um povo que vivia junto de Gondor. Estes homens do Norte eram descendentes da mesma raça de Homens que na 1ª Era se tornaram aliados dos Eldar nas suas guerras com Morgoth.
Eram amigos e aliados de Gondor e protegiam as suas fronteiras setentrional e oriental contra a invasão e ajudaram muito nas Batalhas das Planícies, contra os Viajantes de Carro. Chegaram mesmo a fazer uma Aliança com Gondor para combaterem o inimigo comum.
No entanto, migraram para o Norte distante, pois gostavam de planícies e deleitavam-se com cavalos e com todos os feitos da arte de cavalgar; e nesse tempo havia muitos homens nos vales intermédios do Anduin e a sombra de Dol Guldur crescia. Por isso, quando ouviram falar da derrota do Rei-Bruxo, procuraram mais espaço a norte, expulsara, o que restava do povo de Angmar e instalaram-se do lado Oriental das Montanhas.
Ainda passavam mensageiros entre Gondor e os Éothéod despois da partida destes; mas a distância entre os dois povos era agora muito grande.
Quando Cirion se tornou Mordomo de Gondor, a ameaça de invasão estava sempre presente no seu espírito, uma vez que a força de Gondor diminuía. E quando se apercebeu que estava a ser preparado um grande movimento contra Gondor, o seu pensamento voltou-se, desesperado, para os Éothéod, e decidiu enviar-lhes mensageiros. Mas teriam de atravessar Calenardhon e as Àguas Baixas, e depois as terras já vigiadas e patrulhadas por Orcs, antes de conseguirem chegar aos Vales do Anduin. Depois teriam que avançar cautelosamente, até passarem as sombras de Dol Guldur. Era uma distância de cerca 1530 Km, através de grandes perigos.
Cirion tinha poucas esperança de que algum dos seus mensageiros conseguissem chegar. Pediu voluntários, e, escolhidos seis cavaleiros de grande coragem e resistência, mandou-os partir aos pares, com um dia de intervalo entre eles. Cada um levava uma mensagem aprendida de cor e também uma pequena pedra com o selo dos Mordomos inciso, as quais entregariam ao Senhor dos Éothéod em pessoa, se conseguissem chegar a essa terra. A mensagem era dirigida a Eorl, o Jovem, senhor dos Éothéod.
No entanto, Cirion tinha fraca esperança de que, mesmo que recebida, a mensagem tivesse resposta. Nada, a não ser a antiga amizade com Gondor, os poderia fazer vir de tão longe com qualquer força significativa.
O primeiro par de mensageiros partiu no 10º dia de Março; e aconteceu que foi um dos seus membros o único de todos seis, a conseguir contactar com os Éothéod.
Tratava-se de Borondir, um grande cavaleiro de uma família que se reclamava descendente de um capitão dos homens do Norte ao serviço dos reis de antigamente. Dos outros nunca se souberam quaisquer notícias, a não ser do companheiro de Borondir: foi morto por setas numa emboscada, ao passarem perto de Dol Guldur, da qual Borondir escapou por sorte e graças à velocidade do seu cavalo. Foi perseguido até aos Campos de Irís e muitas vezes lhe saíram homens vindos da floresta que o obrigavam a desviar-se muito do seu caminho directo. Chegou finalmente junto dos Éothéod passados 15 dias, os dois últimos dos quais sem comida; e estava tão esgotado que mal pôde repetir a sua mensagem para Eorl.
Eorl reflectiu em silêncio; mas não tardou a decidir que iria em socorro de Gondor. Ao fim de alguns dias, o exército foi reunido, ficando só alguns centos de soldados a proteger o povo, pois Eorl compreendeu que seria necessária toda a sua força e tinha de arriscar tudo, ou Gondor cairia.
Eorl comandou uns 7000 cavaleiros completamente armados e algumas centenas de archeiros a cavalo. Partiram com pouca esperança, pois não sabiam o que os esperava, quer no caminho, quer no seu fim.
Borondir caminhava à direita de Eorl para, na medida do possível, servir de guia, pois passara recentemente por aquelas terras. A grande hoste não foi atacada nem ameaçada durante a sua longa viagem; e quando passaram junto de Lórien, uma névoa branca protegeu-os, fazendo com que passassem em segredo perto de Dol Guldur: a Senhora da Floresta Dourada protegia-os.
O exército de Gondor enontrava-se em perigo. Os invasores atacavam por vários lados e Cirion perdera já toda a esperança quando, inesperadamente, os cavaleiros surgiram do norte e lançaram-se contra a rectaguarda do inimigo. A sorte da batalha inverteu-se e o inimigo foi repelido, com pesadas baixas.
Eorl comandou os seus homens na perseguição e grande foi o medo inspirado pelos cavaleiros do Norte aos invasores.
Borondir foi o 1º a abrir caminho em socorro de Cirion. Caíu, finalmente, no Campo de Celebrant a defender o seu senhor, com grande desgosto de Gondor e dos Éothéod. Foi depois sepultado nos Santuários de Minas Tirith.
O seu nome foi durante muito tempo lembrado na canção Rochon Methestel (Cavaleiro da Última esperança) como Borondir Udalraph - Borondir sem estribo.
Este artigo foi escrito por Gwen