Os Rohirrim - Os senhores dos cavalos

Escrito por Olórin. Publicado em Povos

Os Éothéod (Povo dos Cavalos) foram conhecidos com esse nome no tempo do rei Calimethar de Gondor, altura em que eram um pequeno povo vivendo nos vales do Anduin. Eram um resto dos Homens do Norte, que tinham formado uma Confederação de povos que viviam nas planícies entre a Floresta Tenebrosa e o Rio Corredor, grandes criadores de cavalos e cavaleiros famosos pela sua perícia. Estes homens do Norte eram descendentes da mesma raça de homens que se tornaram aliados dos Elfos nas guerras contra Morgoth. Eram, portanto, parentes dos Dúnedain e havia entre eles grande amizade, pois protegiam as fronteiras de Gondor contra a invasão.

Mas houve uma grande peste e um Inverno muito rigoroso e os homens do Norte ficaram muito enfraquecidos, e de seguida começaram as invasões dos Viajantes de Carro, que envolveram Gondor em guerras durante quase 100 anos. Os Éothéod sofreram o ímpeto dos primeiros ataques. O rei Narmacil II, de Gondor, levou um grande exercito para norte, para combater os Viajantes de Carro, mas foi derrotado e morto em combate e os Éothéod seguiram pelo Rio Corredor para Norte, e fixaram-se entre a Floresta Tenebrosa e as Montanhas Nebulosas.

Entre os dois povos passaram a medear cerca de 1.500 Km, mas em caso de necessidade ainda passavam mensageiros entre Gondor e os Éothéod.

Frumgar foi o capitão que conduziu o seu povo a Éothéod, no Norte. O seu filho, Fram, matou o grande dragão Scatha e conquistou uma grande fortuna. Mas os Anões reclamaram o tesouro de Scatha e Fram recusou-se a dar-lhes uma moeda que fosse; enviou-lhes antes um colar feito com os dentes do dragão, dizendo que não encontrariam joías como aquela no tesouro, pois davam trabalho a arranjar.

Fram foi morto pouco depois e alguns convenceram-se que foram os Anões. Não havia grande estima entre os dois povos .

Léod, senhor dos Éothéod, era domador de cavalos selvagens. O seu filho Eorl apanhou um potro branco que depressa se transformou num cavalo forte, belo e orgulhoso que nenhum homem conseguia domar. Quando Léod o montou, o cavalo galopou para longe e por fim derrubou o cavaleiro, que bateu com a cabeça numa pedra e morreu. Eorl tinha então 16 anos mas jurou que vingaria o pai. Procurou o cavalo durante muito tempo e quando o encontrou chamou em voz alta: “vem cá, morte de homem e recebe outro nome”. Com espanto de todos o cavalo aproximou-se e parou diante dele. E Eorl disse que o cavalo tinha agora uma divída de sangue para com ele e tinha que lhe oferecer a sua liberdade até ao fim da sua vida, passando a chamar-se Felaróf.

E Feleróf submeteu-se e Eorl cavalgou nele sem rédea nem freio mas não permitia que mais ninguém o montasse. Esses cavalos passaram a ser conhecidos como os Mearas, que não transportavam ninguém além do Rei, até aparecer Facho de Sombra.

Reis da Marca - 1ª Dinastia

EORL, o Jovem - Quando Cirion era mordomo de Gondor um grande movimento estava a ser preparado para atacar o seu reino. Perante tal perigo, Cirion lembrou-se dos Éothéod e decidiu enviar-lhes mensageiros. Escolheu seis cavaleiros de grande coragem e resistência e mandou-os partir aos pares. Apenas Borondir, o Cavaleiro da Última Esperança, escapou por sorte a muitos perigos e graças à velocidade do seu cavalo, e chegou finalmente junto dos Éothéod tão esgotado que mal pode repetir a mensagem a Eorl.

E o senhor dos Éothéod cavalgou da sua terra, no extremo norte em socorro de Gondor e quando chegaram lançaram-se sobre o inimigo na Batalha do Campo de Celebrant. Graças à ajuda dos Éothéod, o reino de Gondor foi salvo dos invasores. Borondir, que regressou com Eorl, foi o primeiro a abrir caminho em socorro de Cirion e morreu nessa batalha, a defender o seu senhor e a sua cidade.

Como recompensa e reconhecimento pelo auxílio prestado, numa hora de tão grande necessidade, Cirion, mordomo de Gondor, deu Calenardhon a Eorl e ao seu povo, pois sabia que os Éothéod tinham-se tornado um povo muito numeroso para a sua terra no Norte. Em troca exigiu apenas ajuda e amizade mútua; e Eorl fez um juramento a Cirion, em seu nome e de todo o seu povo, que prestariam ajuda a Gondor sempre que dela necessitassem, e que os inimigos de Gondor seriam os seus inimigos. O dia da prestação de juramento foi considerado o primeiro dia do novo reino, quando Eorl tomou o título de rei da Marca dos Cavaleiros. O termo "marca" significa uma terra de fronteira, especialmente quando servia de defesa das terras interiores de um reino, mas em Gondor chamavam à sua terra Rohan e ao seu povo Rohirrim; aí passaram a viver como homens livres, com as suas próprias leis e os seus próprios reis, mas em aliança perpétua com Gondor. Nunca nenhuma aliança entre povos foi tão fielmente respeitada como a de Gondor e Rohan.

Eorl tombou em combate no Wold e ergueu-se o 1º monte funerário. Felaróf, o seu cavalo, também foi lá sepultado.

BREGO - Expulsou o inimigo do Wold e Rohan não voltou a ser atacada por muitos anos. Completou o grande palácio de Medused. Na festa de inauguração do palácio, o seu filho Baldor jurou que percorreria o "caminho dos mortos" e não regressou. Brego morreu de desgosto no ano seguinte.

ALDOR, o Velho - No seu reinado os Rohirrim aumentaram e expulsaram os últimos Dunlendings. Harrowdale e outros vales das montanhas foram povoados. Depois disso, Rohan teve paz e prosperou. Reinou durante 75 anos.

FRÉA- quando se tornou rei, já tinha uma idade avançada.

FRÉAWINE - reinou durante tempos de paz e sossego, conseguidos por Aldor, o Velho.

GOLDWINE - reinou durante um período em que começaram a haver agitações. Foi um tempo conturbado que culminou com a invasão do reino (no tempo de Elmo).

DÉOR - No seu reinado, os Dunlendings fizeram incurções e ocuparam o círculo de Isengard e não foi possível desalojá-los.

GRAM - os problemas do reinado de Déor mantinham-se.

HELM HAMMERHAND - (Elmo Mão de Martelo), assim chamado devido à sua enorme força e ferocidade em combate. No seu reinado, houve um indíviduo chamado Freca, que enriqueceu e tornou-se muito poderoso, e resolveu pedir a mão da filha de Elmo para o seu filho Wulf. Elmo, que desconfiava dele, não aceitou, tendo gracejado com ele; e Freca enfureceu-se e insultou o rei, num dos seus conselhos. Depois de terminar o conselho, Elmo desafiou Freca para um combate singular e, com um soco, matou-o . Em seguida, declarou o filho e os parentes chegados de Freca inimigos do rei e eles fugiram.

Quatro anos depois, Rohan teve problemas e não foi possível mandar-lhe socorro de Gondor. Rohan foi invadida pelos Dunlendings, que eram comandados por Wulf, filho de Freca, e por inimigos de Gondor (Haradrim). Os Rohirrim foram derrotados e a sua terra ocupada, e os que não foram chacinados ou reduzidos à escravatura fugiram para os vales das montanhas. Elmo foi rechaçado, com grandes baixas, e refugiou-se no Forte da Trompa. Aí foi cercado. Wulf apoderou-se de Edoras, instalou-se em Meduseld e nomeou-se rei. Halet, o filho mais velho de Elmo, foi o último a cair, a defender as portas do palácio.

No Longo Inverno que se seguiu ouve grande sofrimento e Hama, o filho mais novo do rei saiu de Hornburg numa patrulha e morreu porque se perdeu na neve. Elmo, pode dizer-se, enlouqueceu e a raiva toldava-lhe o pensamento e muitas vezes saia de Hornburg vestido de branco e ia até aos acampamentos inimigos e matava-os com as próprias mãos. Dizia-se que se ele não usasse armas, nenhuma arma lhe faria mal. Elmo tinha uma enorme trompa que fazia vibrar antes das suas saidas e então era grande o medo que se instalava no coração dos inimigos, que preferiam fugir, a depararem-se com ele e enfrenta-lo. Mas uma noite a sua trompa vibrou e na manhã seguinte os seus homens viram-no morto, com os joelhos por dobrar: morreu "congelado". Elmo foi sucedido pelo sobrinho Frealaf.

Existe a lenda que a trompa de Elmo continua a ouvir-se, de vez em quando, no Abismo e que o espectro de Elmo Mão de Martelo caminha entre os inimigos de Rohan e mata homens de medo.

2ª Dinastia

FRÉALAF - Sobrinho de Elmo, sucede a este. Quando se deu as invasões, conseguiu escapar para as montanhas, enquanto Elmo foi rechaçado e refugiou-se no Forte da Trompa. Depois de terminar o longo inverno, desceu de Dunharrow com um pequeno grupo de homens desesperados, surpreendeu os invasores em Edoras, retomou-a e matou Wulf.
Chegou finalmente socorro de Gondor, que não tinham podido ajudar os Rohirrim quando a sua terra foi ocupada, porque nessa altura estavam a ser atacados por 3 esquadras de corsários. Juntos conseguiram expulsar os Dunlendings.
Foi também no reinado de Fréalaf que Saruman se instalou em Isengard, onde todos o julgaram um hóspede bem vindo. Beren, Mordomo de Gondor, autorizou-o a isso e todos ficaram contentes, pensando que Isengard estava nas mãos de um amigo forte.

BRYTTA - Muito generoso, ajudava todos quantos precisavam. No seu reinado houve guerras com os orcs, que procuravam refúgio nas Montanhas Brancas.

WALDA- Foi morto com todos os seus companheiros numa emboscada feita por orcs, quando vinham de Dunharrow.

FOLCA - Este rei era um grande caçador, mas jurou que não caçava nenhum animal enquanto houvesse orcs em Rohan. Quando o último bastião orc foi descoberto e destruído, foi caçar o grande javali na floresta de Firien. Matou o javali, mas também ficou muito ferido e morreu.

FOLCWINE- Reconquistou a Marca Ocidental que os Dunlendings tinham ocupado. Quando Folcwine soube que os Haradrim estavam a atacar Gondor, enviou muitos homens em socorro do Mordomo, comandados pelos seus filhos gémeos Folcredo e Fastredo. Ambos tombaram em combate em Ithilien. Túrin II, Mordomo de Gondor, enviou a Folcwine um grande tributo em ouro.

FENGEL- Sôfrego de comida e ouro, viveu em discórdia com os seus filhos e com os seus marechais.Thengel, seu único filho varão, partiu de Rhoan e viveu muito tempo em Gondor, onde conquistou honras ao serviço de Turgon.

THENGEL- Desposou Morgan de Lossarnach, em Gondor. Tiveram 5 filhos, entre os quais Théoden e Théodwyn, a mãe de Éomer e Éowyn.
Quando Fengel morreu, os Rohirrim chamaram-no e ele regressou, contrariado. Mas mostrou ser um rei bom e sensato.
Pouco depois do regresso de Thengel, Saruman declarou-se senhor de Isengard e começou a causar problemas a Rohan, inflitrando-se nas suas fronteiras e apoiando os seus inimigos.

THÉODEN - Era um rei bom e muito amado pelo seu povo até que Grima, mandado por Saruman, se tornar seu conselheiro; tornou-se então um homem amargurado e sem esperança devido ás suas mentiras e palavras desencorojadoras.

Vivia com o seu único filho, Théodred e com os seus sobrinhos Éomer e Éowyn, filhos da sua irmã Théodwyn e de Éomund de Easfold, grande marechal da Marca. Mas Éomund foi morto por orcs e Théodwyn morreu pouco depois; os seus sobrinhos foram então viver no seu palácio e amavam-no como a um pai.

Entre Théodred e Éomer havia grande amizade e respeito, e ambos faziam tudo quanto podiam para contrariar a influência que Gríma passou a exercer sobre o rei. Mas Gríma tentou lançar um contra o outro na mente de Théoden dizendo que Éomer agia sem consultar o rei ou o seu herdeiro.

Quando Saruman iniciou a invasão de Rohan com as batalhas dos Vaus do Isen, percebeu-se que dera ordens especiais para que Théodred fosse abatido custasse o que custasse. Todos os seus guerreiros mais ferozes se empenharam em ataques temerários a Théodred e à sua guarda, até que finalmente foi abatido. Antes de morrer, pediu aos seus cavaleiros Elfhelm e Grimbold para deixarem o seu corpo a guardar os Vaus até Éomer chegar; mas quando o seu pedido chegou a Théoden, Gríma convenceu o rei que Éomer, mais uma vez, tentava aumentar a sua autoridade e o rei mandou prende-lo. Estavam assim afastados os dois principais obstáculos de Saruman a uma conquista fácil de Rhoan.

Mas Gandalf, o Branco, chegou a Edoras e sarou o rei das mentiras e encantamentos de Gríma ; e Théoden voltou a sentir força e esperança. No último ano da sua vida conduziu os seus homens à vitória no Forte da Trompa e destruíu a ameaça constituída por Saruman, com a ajuda de Gandalf e dos Ents.

Foi também em socorro de Gondor e na batalha dos Campos de Pelennor ousou enfrentar o senhor dos Nazgûl ; no entanto, o seu cavalo, Crína de Neve foi trespassado por um dardo negro e caíu, e o rei ficou debaixo dele, morrendo pouco depois.

No entanto, o senhor dos Nazgûl foi morto pouco depois por Éowyn, que fora para a guerra disfarçada e que estava junto do rei, que amava como a um pai. E a sua lealdade foi maior do que o medo e não permitiu que o Nazgûl tocasse no corpo de Théoden, ousando enfrentar o capitão negro e o seu corcel alado. Matou a grande fera com a sua espada e lutou com o cavaleiro negro; e com a ajuda de Merry mataram o grande senhor dos Nazgûl, que enchia todos de terror.

Valentes Merry e Éowyn, Senhora Branca dos Rohirrim

3ª DINASTIA

ÉOMER ÉADIG - Ainda jovem foi nomeado Marechal da Marca por Théoden. Dada a morte do herdeiro de Théoden nos Vaus do Isen, Éomer foi nomeado herdeiro de Théoden, já quando este agonizava nos campos de Pelennor. Éomer foi um grande Rei e reinou durante 65 anos, dado ser ainda jovem quando foi coroado.

Casou com Lothriel, filha de Imrahil, de Dol Amroth, e o filho de ambos, Elfwine, reinou depois dele. No seu reinado, o povo aumentou tanto nos vales como nas planícies e os cavalos multiplicaram-se. O Rei Ellesar reinava em todas as terras desses reinos antigos, excepto apenas em Rohan, pois renovou a Éomer a dávida de Cirion e Éomer repetiu o Juramento de Eorl; e não poucas vezes o cumpriu, pois embora Sauron tivesse desaparecido, os ódios por ele gerados não tinham morrido e o Rei do Ocidente teve de subjugar muitos inimigos. E sempre que o rei Elessar ia para a guerra, o rei Éomer ia com ele; e foi assim até Éomer envelhecer.

Herealdica
Aragorn e os companheiros encontram os Rohirrim
Cavalgada

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Gwen



Kephro



Olórin