Drúedain - Os homens selvagens

Os Drúedain, ou Drûg, eram um Povo que vivia com a Gente de Halet, na 1ª Era, e eram uma espécie diferente. Eram pequenos, entroncados, de olhos escuros e feições impassíveis. A sua voz era profunda mas o seu riso constituía uma surpresa: era rico e punha quantos o ouviam, Elfos ou outros Homens, a rir também, graças à sua pura alegria.
Tinham uma vida curta e eram cada vez em menor número, pois as suas baixas eram grandes na luta com os Orcs, por quem tinham um ódio implacável.
Tinham uma faculdade maravilhosa como perseguidores de rastos de todas as criaturas vivas e ensinavam aos seus amigos o que podiam dessa arte. O seu conhecimento de todas as coisas vivas que cresciam na floresta quase igualava o dos Elfos. Tinham uma lei contra o emprego de toda a espécie de venenos para fazer mal a qualquer criatura viva, exceptuando apenas os Orcs, cujos dardos envenenados respondiam com outros ainda mais mortíferos.
Possuiam um grande talento para esculpir em madeira ou pedra e faziam umas imagens a que conseguiam dar uma forte semelhança de vida. Faziam imagens de Orcs, que colocavam nas fronteiras da sua terra, de forma a que quem as visse dava a impressão de irem a fugir e a guinchar de terror Também faziam imagens deles próprios e colocavam-nas à entrada de caminhos ou nas curvas de carreiros na floresta. A estas chamavam "pedras-vigia". Os Orcs temiam-nas e acreditavam que estavam cheias de maldade e que os Drúedain conseguiam comunicar com elas.
Eram capazes de absoluta silêncio e imobilidade e tão intensa podia ser a sua vigilância invisível que podia ser sentida como uma ameaça hostil por intrusos.
O serviço dos Drúedain como guardas era muito apreciado pela Gente de Halet em tempos de perigo. Mas na realidade, apesar de estimarem e confiarem nos Drúedain, muita gente de Haleth acreditava que possuiam estranhos e mágicos poderes, e conta-se uma história que me encantou completamente, a qual vou fazer um pequeno resumo, apesar de a maior parte já a conhecer, mas alguns talvez ainda não conheçam, está nos Contos Inacabados:
" Era uma vez um Drûg chamado Aghan, muito conhecido como curandeiro. Era muito amigo de Barach, um guarda da floresta que vivia numa casa a alguma distância da aldeia mais próxima. Houve uma altura em que alguns Orcs tinham entrado secretamente na floresta e atacavam durante a noite casas isoladas. A família de Barach não estava muito assustada, pois Aghan passava a noite com eles e ficava de guarda no exterior.
Mas aconteceu que o irmão de Aghan foi ferido, e como ele era um óptimo curandeiro foi tratar o irmão. No entanto, deixou uma "pedra-vígia" perto da casa de Barach, prometendo-lhe que voltaria logo que pudesse. Antes de partir, apoiou a mão na pedra-vígia e disse a Barach:
- Deixo com ela alguns dos meus poderes. Oxalá vos proteja de qualquer mal.
E numa noite Barach ouviu o agudo assobio de aviso dos Drûgs... ou sonhou que ouviu, pois mais ninguém da sua família acordou.
Espreitou por uma janela e viu 2 orcs colocarem enxofre ou qualquer coisa infernal que se inflamava rápidamente e não se apagava com água junto da sua casa e prepararem-se para o acender.
Tirou o seu arco da parede mas, nesse momento, e quando as chamas começaram, viu um Drûg ir a correr atrás dos orcs. Derrubou 1 com um murro e o outro fugiu, depois, descalço, pisou as chamas que avançavam pelo chão.
Quando Barach conseguiu sair, o Drûg desaparecera, os Orcs também e o fogo estava extinto. Voltou para casa e confortou a família.
No dia seguinte Barach descobriu que a pedra-vígia desaparecera. Entretanto chegou Aghan, mas trazia uns borzeguins altos, que usavam por vezes em maus terrenos. Vinha com boas notícias, pois o seu irmão estava melhor.
Barach contou-lhe o sucedido, inclusivé como a pedra-vigia tinha desaparecido. Foram ambos procurá-la e descobriram-na num maciço de árvores. Estava sentada num orc morto, mas as suas pernas estavam enegrecidas e rachadas e um dos pés partira-se
Aghan ficou pesaroso, sentou-se, desatou os borzguins e Barach viu que debaixo deles tinha ligaduras nas pernas . Aghan tirou-as e disse:
- Já estão a cicatrizar. Tive de velar o meu irmão duas noites e a noite passada adormeci. Acordei cheio de dores e vi que tinha as pernas queimadas. Então calculei o que tinha acontecido. Infelizmente, se algum do nosso poder passa de nós para uma coisa que fizemos, também temos de compartilhar os seus ferimentos".
Este artigo foi escrito por Gwen